Perdidos da Infância | Ensaio

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Os elementos que compõem este ensaio fotográfico são objetos de plástico ligados à infância coletados na beira da praia da cidade de Santos, SP. Uma quantidade considerável de lixo orgânico e inorgânico trazidos pelas marés atinge diariamente nossa praia, assim como muitas outras do País. Fruto de um descarte inadequado, uma parcela deste lixo permanece retida durante um tempo nas reentrâncias das baías e manguezais da região. A variação das águas das marés e das chuvas, e o correr dos rios que circundam a ilha de São Vicente, irão se encarregar de transportá-los através do estuário em direção à entrada da barra do canal de Santos. Por fim o movimento das ondas os deposita na faixa de areia da praia.

A observação desta situação, presente desde sempre na vida do fotógrafo e arquiteto Marcos Piffer – nascido em Santos e com seu trabalho pessoal sempre conectado ao ambiente litorâneo e à questão ambiental – provocou o desejo de criar um ensaio fotográfico na forma de um inventário, o qual registrasse e expusesse a infinidade de objetos que encontrava e ainda encontra em suas caminhadas, e assim a questão ambiental ali envolvida.

Conceitualmente o autor optou pelo recorte ou seleção somente dos objetos ligados à infância como forma de potencializar o trabalho enquanto instrumento educativo junto às crianças. Também fez parte do conceito central do ensaio o ato de não lavar os objetos ao serem coletados na beira da praia – ação quase instintiva para aqueles que algo ali recolhem – preservando vestígios do tempo em que estiveram perdidos ou deslocados da função lúdica para a qual foram criados. Após a coleta os objetos foram então fotografados em seu ateliê sobre um fundo imaculadamente branco e em alta resolução para que, desta maneira, pudessem expor os sinais e memórias do período em que permaneceram apartados de seus donos como os resquícios de areia, sal e elementos naturais que neles se agregaram como cracas marinhas, a pátina e sementes do mangue.

O ensaio hoje já se constitui de mais de 500 objetos fotografados, todos eles devidamente catalogados. Após este ciclo ter se cumprido é intenção do autor, lavar e recuperar os objetos e doá-los para crianças carentes. E, além do ensaio fotográfico em si, Marcos Piffer também criou com as imagens produzidas dois jogos para crianças – um jogo da memória e um jogo “lince” – onde através da atividade lúdica de brincar sejam apresentadas e discutidas as questões ambientais centrais presentes na sua gênese. Um destes jogos será doado ao Aquário na abertura da exposição para ser usado em ações educativas junto às crianças.

Em 2020 este ensaio será exposto nas paredes externas do Aquário Municipal de Santos e estará no Museu da Casa Brasileira em São Paulo.

Para ver as imagens realizadas neste ensaio acesse o link: http://marcospiffer.com.br/?cat=935

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Fotógrafo Marcos Piffer


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